Thais Maísa Melo
Acadêmica de Psicologia - 9º Período/ UNIPAM
Em seu livro “Viva bem a velhice”, o psicólogo B.F. Skinner, tece através de linguagem prática e acessível, suas considerações a respeito deste estágio do desenvolvimento humano. Skinner apresenta neste livro sua própria vivência e experiência, uma vez que o livro foi escrito por ele aos meados de seus 80 anos de idade, fato que nos leva a entender que o autor fala com a propriedade de alguém que manteve-se produtivo até o final de sua vida, já aos 86 anos.
Inicialmente, os autores, Skinner e Vaughan, falam a respeito do aumento do número de idosos em todo o mundo, e também, do aumento da perspectiva de vida. Estes idosos ainda conseguem manter-se em melhor estado de saúde devido aos avanços da medicina. Entretanto, os autores afirmam que se não se vive bem, a longevidade não é uma grande vantagem. E assim, explanam a respeito de o que podemos fazer para ter uma boa velhice e desfrutá-la. A velhice é comparada a um outro país: entende-se que você poderá viver bem lá caso tenha se preparado com antecedência para estar lá. E aqui aparece uma palavra chave: planejamento!
Muitas vezes as pessoas acreditam que a velhice advém do fenômeno da aposentadoria, entretanto, sob a ótica da Psicogerontologia, dentro da perspectiva “Life Span”, entende-se que envelhecemos todo dia, dia-a-dia, de forma gradual, sendo a velhice um processo que nos possibilita perdas e ganhos. E o segredo está em como lidamos com essa ideia de que envelhecemos e a forma como vivenciamos tudo isso. Entendendo a velhice como um processo e uma fase do desenvolvimento previsível, tornamos possível o planejar.
Através dos capítulos: o contato com o mundo, o contato com o passado, a clareza do pensamento, o manter-se ocupado, a organização do seu dia, a convivência com as pessoas, estar bem consigo mesmo, o medo da morte, o papel de velho, a dignidade e a beleza da velhice, Skinner e Vaughan falam de possibilidades de se simplificar o mundo do idoso através de ferramentas simples para que seja possível ao idoso fazer mais as coisas que quer e gostar de qualquer coisa que faça.
Por fim, a questão morte é tratada, e aqui, entende-se que a morte é “um final necessário”. A biologia entende que vivemos o tempo necessário para “procriar” e “cuidar da cria”, o que muitas vezes se contrapõe ao nosso desejo de imortalidade, a dificuldade de aceitar nossa finitude e dificuldade em lidar e falar sobre este assunto. Devemos refletir: o quanto o medo da morte afeta o viver bem a vida? E então nos daremos conta de que não é a morte em si, mas o medo dela que nos impede de viver bem nossas vidas e então, provavelmente, é melhor não pensar nela.
A forma como cada um enxerga e vivencia a velhice é muito particular, depende muito da educação, religião, cultura, interesses, ocupações passadas e atuais, capacidade de aprendizagem de novos comportamentos, relação com a família e com a sociedade... Enfim, a cada um cabe uma peculiaridade que demandará atitudes diferentes frente a velhice, mas em cada um está a possibilidade de planejá-la e escolher viver bem.
Referência Bibliográfica:
SKINNER, B.F. VAUGHAN, M.E. Viva bem a velhice: aprendendo a programar a sua vida. Trad. Anita Liberalesso Neri.São Paulo: Summus, 1985.